Política econômica de Dilma continua incerta, diz jornal francês
O mistério sobre a nova equipe
econômica a ser anunciada pela presidente Dilma Rousseff ganhou destaque
no jornal especializado Les Echos desta sexta-feira (14). Com base em
indicadores e análises de especialistas, o diário aponta riscos para o
país ser rebaixado pelas agências de classificação de risco.
O correspondente do Les Echos em São Paulo, Thierry
Ogier, fala que as dúvidas persistem no país sobre a política econômica
do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. O artigo começa
repercutindo a saída da ministra da Cultura, Marta Suplicy, que deixou
sua pasta atacando a política econômica do governo.
Em tom de ironia, Les Echos lembra que Suplicy espera que
Dilma seja "iluminada" na escolha da nova equipe que deverá, segundo a
ex-ministra, ser "independente" e “restaurar a confiança e a
credibilidade do governo".
As críticas do secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho,
sobre a falta de diálogo do governo com os movimentos sociais e
empresários também foram lembradas. Para o jornal, esses casos ilustram
a dimensão dos problemas que cercam a presidente.
Sob pressão Segundo Les Echos, Dilma está sob pressão há várias semanas e
já descartou um dos nomes indicados pelo ex-presidente Lula, o do
ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, considerado por ela
“muito conservador”.
A saída da ministra da Cultura acontece no momento em que o governo
faz uma “pirueta orçamentária” e muda os cálculos sobre o déficit
primário, "uma maneira de manter as contas públicas no vermelho sem
comprometer a lei de responsabilidade fiscal", afirma o diário.
Analistas citados pelo Les Echos estimam que a deterioração
de alguns indicadores do Brasil já colocam o país na mira das agências
de classificação de risco, como Moody’s e Standard and Poor’s. “O
governo provavelmente vai tentar fazer o máximo possível para evitar o
rebaixamento (pelas agências) porque seria muito custoso em termos
políticos e econômicos”, afirma o economista Robert Wood, da Economist
Intelligence Unit, citado pelo jornal.
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