Filhote de peixe-boi resgatado no AP recebe acompanhamento 24 horas
Batizado de 'Vitor', ele foi encontrado encalhado em 14 de setembro.
Destino de animal ainda vai ser definido.
O filhote de peixe-boi encontrado no dia 14 de setembro de 2013 por uma
equipe de brigadistas da Estação Ecológica (Esec) de Maracá-Jipioca
recebe acompanhamento de especialistas 24 horas. Ele se recupera no
Centro de Tratamento de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), no bairro Brasil Novo, Zona Norte
de Macapá. O animal estava encalhado no Rio Amapazinho, na cidade de Amapá, a 302 quilômetros de Macapá.
Os especialistas concluíram que o animal tem poucos meses de vida, e necessita de amamentação e cuidados com a saúde.
Batizado de 'Vitor', o peixe-boi mede 1,1 metro de comprimento e tem 20
quilos. Por causa do que ocorreu, o animal passa por reabilitação no
Cetas. Ele se alimenta de leite 7 vezes ao dia e de pequenas plantas
aquáticas.
"Fazemos 7 mamadeiras com 250 ml, cada. Ele não chega a tomar tudo
porque derrama um pouco pelo fato de não estar acostumado com a
mamadeira. Então acreditamos que por dia o peixe-boi se alimente com 1
litro de leite. Mas usamos um bico de mamadeira para que a forma como
ele é alimentado seja semelhante à recebida pela mãe", explicou a
veterinária Sandra Romeiro.
Durante o tempo que ficou encalhado, o peixe-boi chegou a sofrer ataques
de urubus às margens do Rio Amapazinho, provocando pequenos ferimentos
no entorno dos olhos do animal. Entre as medicações recebidas pelo
mamífero, é aplicada uma pomada ao redor dos olhos para curar o
ferimento.
Além dos cuidados dos funcionários do Cetas, o peixe-boi também tem o
acompanhamento de 5 pessoas do Instituto Mamirauá, do Amazonas. A ONG
também comprou os medicamentos usados no tratamento do animal.
"Desde que o animal chegou estamos fazendo o acompanhamento das
amamentações, medicamentos e de qualquer alteração que ele pode
apresentar. Então estamos aqui 24 horas para ver de perto como o
peixe-boi está", comentou a pesquisadora do Mamirauá, Daiane Barbosa.
Segundo Sandra Romeiro, ainda é cedo para saber por quanto tempo o
filhote de peixe-boi vai ser acompanhado por especialistas. "Mas após a
reabilitação dele, vamos soltá-lo em ambiente natural", adiantou.
Transferência
Logo que chegou ao centro de tratamento, houve a possibilidade de
transferir o peixe-boi para um cativeiro em ambiente natural na Ilha do
Marajó, no Pará. Mas o destino do animal ainda é incerto porque existe a intenção de construir um cativeiro com as mesmas características no Amapá.
"Nossa vontade é construir um semi-cativeiro, que possui
características naturais, no município de Amapá, onde ele foi capturado.
Ele vai ficar aqui mais um pouco até ficar estável. Somando o período
que o peixe-boi vai ficar no Cetas e no semi-cativeiro, esperamos
soltá-lo em 2 anos. Vai ser difícil trazê-lo de volta", destacou a
veterinária.
"O Mamirauá se dispôs a arcar com as despesas do transporte, mas o
destino ainda é incerto porque estamos conversando sobre isso",
acrescentou a pesquisadora da ONG.
F.G1
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