Ex-chefe de operações do Bope é indiciado por colaborar com tráfico
Indiciamento é desdobramento da operação Conectarie realizada em junho.
Corregedoria da PM vai abrir sindicância para apurar o caso.
A Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) indiciou o major da Polícia Militar do Amapá (PM/AP), Marcelo Cavalcante. De acordo com o títular da DTE, Luís Carlos, o oficial era informante de traficantes em Macapá
em ações das policias civil e militar. O indiciamento faz parte do
desdobramento das investigações da operação Conectarie, realizada em 25
de junho de 2013.
O major da PM chegou a ser chefe de operações do Batalhão de Operações
Especiais (Bope). Mas há dois meses foi exonerado do cargo. "Ele [major
Cavalcante] antecipava informações do Bope aos traficantes para tomarem
conhecimento das ações da polícia. Ou seja, colaborava com o tráfico,
repassando informações", afirmou Luís Carlos.
Procurado pelo G1, o major Marcelo Cavalcante não foi encontrado para falar sobre o caso.
Segundo o delegado, o major teria ligação com Clenilson Bogéa,
conhecido como "Capela", e Jeferson Araújo. Ambos presos suspeitos de
tráfico de drogas na operação Conectarie. "Nessa ocasião, o major avisou
os dois traficantes que estavam em Mato Grosso, quando a operação foi
realizada no Amapá. Por causa dessa comunicação entre eles, os suspeitos
mudaram a estratégia de carregamento de drogas ao estado. Mas os dois
foram presos", explicou Luís Carlos.
O major da PM, Marcelo Cavalcante foi indiciado no art. 37, da Lei
Anti-Drogas, por "colaborar, como informante, com grupo, organização ou
associação" em tráfico de drogas. A pena para esse tipo de crime é de 2 a
6 anos de prisão e pagamento de 300 a 700 dias-multa.
O corregedor-geral da PM, coronel Carlos Souza, contou que a
corregedoria vai verificar o caso: "Vamos instaurar uma sindicância para
apurar o quanto ele se envolveu nesse caso. Se comprovado a
participação, o major vai responder ao Conselho de Justificação, onde a
pena vai de uma advertência até a exclusão da corporação".
No entanto, segundo Carlos Souza, a corregedoria ainda não recebeu
nenhuma documentação oficial sobre o indiciamento do major. "Eu tenho
conhecimento somente através do delegado [Luís Carlos], que me passou
algumas informaçõs por telefone. Mas oficialmente não temos nada. Não
podemos tomar nenhuma medida em relação ao policial porque devemos ter
conhecimento dos autos do processo", disse.
Operação Conectarie
A operação Conectarie, desencadeada pela Polícia Civil, em junho, aconteceu nos estados do Amapá, Amazonas e Pará
e investigou crimes de tráfico de drogas, roubo, furtos de veículos,
comércio ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro. A polícia cumpriu
25 mandados de prisão preventiva nos municípios de Mazagão, Macapá e
Santanta, no Amapá.
G1
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