Despreocupada com a situação em que se encontram os trabalhadores do
Maranhão, a governadora Roseana Sarney recusou-se a assinar uma lei aprovada
pela Assembleia Legislativa que impede o governo do estado de contratar
empresas que tenham sido denunciadas por uso de trabalho escravo.
O assunto volta à tona quando o Ministério Público do Trabalho
desbaratou esquema de utilização de trabalho escravo por empresa
contratada pelo governo de Roseana para colocar de pé o Arraial da Lagoa
da Jansen.
Sem água, comida adequada, ambiente propício para dormir, material de
segurança do trabalho para se proteger, os trabalhadores trazidos de
Penalva pela empresa Carmel Construções (contratada pelo governo para
realizar o serviço) trabalhavam em condições análogas a escravos.
A lei proposta pelo deputado Bira do Pindaré em 2012 foi rejeitada pela
governadora, que continua podendo contratar empresas que submetem
trabalhadores a situações sub humanas enquanto trabalham para o governo
do estado.
Ponto preferido de Roseana Sarney, família e secretários durante o
período junino, o arraial da Lagoa é um dos pontos mais frequentados
pela elite de São Luís nas festas de São João. A governadora tem
direito, inclusive, a um camarote especial, construído um andar acima
dos demais espectadores das brincadeiras. (Blog John Cutrim)
http://reporterbrasil.org.br/compromisso/?p=112
A realidade:
MA possui maior número de casos de trabalho escravo registrado
Em torno de 17 mil trabalhadores foram resgatados em condição de
trabalho escravo nos últimos cinco anos no país. O Estado do Maranhão
tem o maior número de casos. Os números foram divulgados nesta quinta,
dia 24, em Brasília.
O balanço reúne dados das operações feitas pelo Ministério Público do
Trabalho (MPT) de 2005 a 2010. O Maranhão teve quase quatro mil
trabalhadores resgatados, o Pará, 2.500, e Mato Grosso do Sul, mais de
1.400. Em último lugar na lista estão Amapá e Espírito Santo, que juntos
somaram quatro casos.
Segundo as autoridades, muitos reincidem no trabalho escravo após
serem resgatados. Por isso, o MPT vai incentivar a oferta de cursos de
capacitação, com ajuda financeira, em áreas como corte-costura, mecânica
e operação de máquinas agrícolas.
– A vulnerabilidade reside na falta de qualificação, na falta de
perspectiva de possibilidade de outra forma de trabalho. A idéia é
durante a qualificação aproveitar a verba que ele já recebe do seguro
desemprego, durante três meses, para que ele seja qualificado – explica o
procurador geral do trabalho, Otávio Lopes.
Até o final de 2011 ações devem ser implantadas em todos os estados
do país. O projeto piloto que funciona a um ano no Mato Grosso já
atendeu 126 trabalhadores que estavam sob regime de escravidão, nenhum
deles voltou a ser explorado.
O projeto vai funcionar em parceria com governos estaduais e municipais, universidades e iniciativa privada.
– Essa articulação é essencial para que o combate ao trabalho escravo
tenha mais eficácia – diz Lopes. (Blog do Carlos Cristiano)
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Fonte: Blog do Molina
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