O documento foi elaborado em contraponto ao relatório final da CPMI
do Cachoeira relatado pelo deputado Odair Cunha (PT-SP), apresentado e
que depois de duas tentativas de apresentação, será lido somente na
próxima quarta-feira (28). Ao receber a representação, Roberto Gurgel
disse dar continuidade às investigações
De acordo com Randolfe o relatório do deputado Odair Cunha, embora
tenha cinco volumes, não corresponde ao conjunto das investigações
realizadas pela Comissão. No documento do relator mais de 40 pessoas
foram indiciadas, porém foram desprezadas algumas investigações que na
visão do Senador Randolfe Rodrigues são imprescindíveis para aprofundar
as relações da organização criminosa de Carlos Cachoeira com agentes
públicos.
“Aproximadamente 160 requerimentos, em grande parte propostos por
esses parlamentares que assinam a representação, não foram sequer
apreciados pela Comissão. Entre eles o pedido de quebra de sigilos de 15
empresas consideradas fantasmas que receberam recursos da construtora
Delta”, lembra Randolfe, destacando que a Comissão deixou de investigar
80% das empresas fantasmas que receberam recursos da Delta.
De acordo com Randolfe, essas empresas tinham como única finalidade
receber recursos da empreiteira. Levantamento feito pela assessoria do
Senador mostra que elas receberam mais de R$ 500 milhões da Delta,
enquanto que no relatório da Comissão foi possível apurar apenas R$ 100
milhões desse montante. Outro ponto destacado na representação entregue
hoje, sãos os contratos firmados entre a Delta e o governo do Rio de
Janeiro.
Mesmo assim não existe uma linha do relatório que aborde essa questão
e sequer cite o governador do estado Sérgio Cabral. Para Randolfe uma
clara manobra da Comissão para não investigar Cabral.
Retaliações: Durante a conversa com o grupo de
parlamentares, Gurgel disse que vai esperar a leitura do relatório final
da Comissão para confirmar as informações de que o documento pede para
que ele seja investigado. O procurador se mostrou tranquilo quanto à
essa informação e diz considerar normal a atitude do relator. “São
frequentes as retaliações quando o Ministério público cumpre seu papel
de investigar. Impedir o MP de investigar é um atentado ao Estado de
direito, é uma forma de desfigurar a instituição”, enfatizou Gurgel.
Foto: Robson Gonçalves
Sérgio Cabral ficou de fora da CPI por que não existem provas contra ele. Se alguém tiver alguma podem investigar à vontade inclusive convoca-lo.
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