O Ministério da Educação fez alterações no edital deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tornando-o mais rigoroso. Uma
das medidas é que as redações com inserções indevidas serão zeradas.
Outra mudança prevê que serão aceitos apenas desvios gramaticais
excepcionais e que não caracterizem reincidência. Antes, eram permitidos
“escassos” desvios.
A correção das redações será mais rígida. A expectativa é que uma a
cada três redações irá para um terceiro corretor, antes o índice era de
aproximadamente 21%. Isso ocorrerá quando houver uma discrepância de
mais de 100 pontos entre os dois primeiros corretores. No ano passado, a
discrepância tinha que ser de mais de 200 pontos para que fosse
encaminhado a um terceiro avaliador.
O edital também prevê maior rigor para os corretores, que terão mais
horas de capacitação e serão acompanhados e avaliados. Eles poderão ser
dispensados inclusive durante a correção.
Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, as mudanças foram
implantadas porque as regras aplicadas anteriormente não mostraram
resultado satisfatório. Apesar do maior rigor, sobre as questões
gramaticais, Mercadante diz que caberá à banca considerar o erro uma
exceção ou não. “A regra é clara, mas a interpretação do juiz nem sempre
é um consenso. Tem um grau que compete à banca, não tem como prever o
grau que será aceito ou não. O que podemos dizer é que será mais
rigoroso”, diz.
Ele explicou também que tanto para a nota máxima na redação, que é
mil, quanto para erros gramaticais considerados exceção será preciso uma
justificativa dos avaliadores.
Outra novidade é que será divulgado no cartão de inscrição um
telefone pelo qual candidatos com alguma condição especial (gestantes,
pessoas com deficiência) serão orientados. Essa edição trará também dois
modelos de prova com letra maior – uma com fonte tamanho 18 e outra 24.
Os candidatos com renda mensal per capita de até 1,5 salário mínimo
estão isentos da taxa de inscrição. Antes, eram isentos apenas aqueles
com renda de até um salário minimo per capita. Os estudantes de escolas
públicas continuam sem ter de pagar pela inscrição.
Mercadante desmente a intenção de cobrar a taxa daqueles que faltarem
à prova, mas ressalta que o gasto é calculado pelo número de
inscrições. “Apelo para aqueles que se inscreverem para que realmente
façam o Enem. Os custos levam em conta os inscritos e temos tido uma
diferença importante”. No ano passado, foram 5,8 milhões de inscritos.
Desses, 4,3 milhões fizeram a prova.
As inscrições começam na próxima seguna-feira (13) até o dia 27 de
maio. Os candidatos podem pagar a taxa de inscrição até o dia 29 de
maio. As provas serão aplicadas nos dias 26 e 27 de outubro. Os portões
serão abertos às 12h (horário de Brasília).
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Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
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