A Prefeitura de Macapá, através da Secretaria de Manutenção
Urbanística (Semur) realiza nesta terça-feira, 07, o lançamento do
Projeto Piloto de Coleta Seletiva. O evento acontece na Escola Municipal Neuzona, às 10h, no bairro Universidade.
A coleta seletiva na capital foi implantada ainda em 2012, ou pelos
menos os moldes dela foram reconhecidos, porém, por falta de atenção da
então gestão e por déficit na orientação dos moradores dos bairros
envolvidos, o trabalho foi paralisado. O serviço durou apenas 60 dias e,
de acordo com os carapirás, o material levado pelo carro coletor era
misturado com material orgânico e jogado no aterro controlado, o que
dificultava o trabalho de retirada do que era realmente vendável.
“Era o mesmo que catar lixo do carro normal de coleta. Vinha muito
resto de comida, lixo de banheiro e até frauda descartável suja, tudo
misturado, não era só material reciclável, como a gente esperava”,
comenta José Gomes da Silva, carapirá há 10 anos.
A Lei
A lei 12.305 de Política Nacional de Resíduos Sólidos foi instituída
em 02 de agosto de 2010. Ela estipula normas e diretrizes mais objetivas
no que tange a destinação do lixo. Uma das normas é a extinção de
“lixões” – locais onde era depositado o lixo coletado, mas que não
recebia nenhum tipo de tratamento.
A lei passa a exigir aterros que seguem normas ambientais, como o
aterro sanitário, implantado em janeiro, no qual é proibida a catação
(presença humana), a criação de animais e a instalação de moradias
nessas áreas. Mas a lei não exige apenas a mudança de local onde o lixo é
jogado, ela determina a implantação da coleta seletiva de materiais
recicláveis e a inclusão dos carapirás no projeto.
Projeto Piloto
O projeto piloto de coleta seletiva consiste na orientação da
população em separar os resíduos recicláveis dos demais materiais
descartados e em recipientes diferentes. Essa simples atitude gera
resultados imediatos para limpeza urbana, refletindo na saúde pública e
na construção de uma cidade limpa e organizada.
Para promover a conscientização da população sobre a importância
desse modelo de coleta, quarenta educadores ambientais estão indo de
porta em porta para orientar os moradores e recolher o material
reciclável.
O projeto iniciará pelo bairro Universidade, escolhido por apresentar
peculiaridades apropriadas para a atividade, como a existência de duas
associações que trabalham com materiais recicláveis. “Descobrimos que o
bairro Universidade possui duas fábricas de vassouras feitas de garrafas
pet, administradas por associações que garantem renda para cerca de 30
famílias, o que nos incentivou a trabalhar no local”, explica o chefe
da Divisão de Educação para Limpeza Pública da Semur, Alan Coimbra.
A Semur, em parceria com a empresa Clean, capacitou 40 pessoas para o
trabalho de orientação da coleta seletiva. “Nosso objetivo é que os
educadores batam de porta em porta, orientando os moradores a separarem
corretamente o seu material reciclável e colocando-o para fora, no dia
correto da coleta, conforme calendário de serviço da Clean”, comenta o
secretário da Semur José Mont’Alverne.
Carapirás
Muitas famílias vivem da venda de materiais recicláveis retirados do
lixo. Com a implantação da lei, que proíbe a entrada dos carapirás na
área de despejo, elas tiveram um brusco impacto na renda.
Preocupado com a situação, ainda que seja para seguir a risca a
legislação vigente, o prefeito Clécio Luís decidiu acelerar a
implantação da Coleta Seletiva em Macapá. Assim, o material recolhido
será destinado 100% a esses trabalhadores, que poderão vender e retomar
sua renda mensal.
Serão recolhidos garrafas pet, de vidro, plásticos, alumínio e ferro.
O material será levado até uma área específica, para os carapirás
dividirem entre si.
Na área onde funciona a célula do aterro existem 75 carapirás
credenciados que trabalhavam na catação do lixo. Essas pessoas passavam o
dia andando em meio aos resíduos, selecionando o que seria vendável.
“Para que a população se acostume com a separação desse material é
preciso que o trabalho seja continuado. A prefeitura de Macapá pretende
implantar a coleta seletiva em todos os bairros da cidade, o bairro
Universidade é apenas o ponto de partida”, finaliza o secretário José
Mont’Alverne.
—
Aline Brito – Asscom Semur
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