Ameaçada em telefonemas de um homem que se identificou como um
assassino profissional do Rio Grande do Norte, Maria Lucimar, conta que o
pistoleiro não teria feito o serviço porque não recebeu R$ 30 mil e por isso declinou até o nome do mandante.
A prefeita do município de Calçoene Maria Lucimar Lima (PMDB) viveu
momentos de medo, apreensão e pânico, na última quinta-feira (9). O dia
da prefeita foi pontuado por uma série de ligações de um homem que se
identificou como um assassino profissional contratado para mata-la.
Segundo contou a prefeita o homem não se reservou nem dar nome e
sobrenome e até relatou o que seria sua própria ficha criminal. O
pistoleiro profissional seria Francisco Alberto Augusto Fonseca,
conhecido pelo apelido de “Beto” ou “’Roque”. Ele estaria foragido da
penitenciária da cidade Pau de Ferro, no Rio Grande do Norte, há 16 anos
e chegou ao Amapá contratado para assassiná-la.
Durante os telefonemas, o homem relatou à prefeita Lucimar, que
estaria em Santana e deveria ter viajado até Calçoene para executar o
contrato que seria executa-la, mas por não ter recebido o dinheiro
combinado, decidiu procura-la e revelar todo o plano. O homem que se
identificou como assassino, pediu que a prefeita depositasse numa conta
bancária R$ 1,2 mil para que ele e um comparsa deixassem o Estado.
De acordo com a prefeita Maria Lucimar, em um dos telefonemas, o
homem que se identificou como “Roque” chegou a relatar vários crimes que
já teria cometido em sua “carreira” profissional. Entre os homicídios
relatadas estariam testemunhas, autoridades judiciais, promotores e
policiais. As conversas a deixaram em estado de choque.
“O homem chegou a dizer que eu era uma pessoa ‘abençoada’ porque
continuaria viva e não seria mais alvo de seu ‘trabalho’. Ele foi muito
frio ao dizer :‘só não vou te matar, porque não me pagaram”, contou ela a
reportagem de A Gazeta por telefone ontem.
Para a delegada Carmem Cristina, as investigações levam em
consideração que tudo pode ter sido um trote de pessoas má intencionadas
com o objetivo de extorquir dinheiro da prefeita. Mas as demais linhas
de investigação não estão descartadas.
Plano Frustrado
O homem que se intitulou como Francisco Alberto Augusto Fonseca,
revelou em um dos telefonemas que seria contratado por um político
amapaense para executar a morte da prefeita. Pelo serviço ele receberia o
valor de R$ 30 mil. Para chegar em Santana, ele e um comparsa teriam
recebido R$ 2 mil como sinal. Ao chegar à cidade deSantana, os dois
criminosos não receberam a outra parte da negociação e não teriam
conseguido mais contato nenhum com o mandante.
A prefeita Maria Lucimar, disse que o nome do político que teria
encomendado sua morte foi citado pelo suposto assassino mas ela preferiu
não revelar por orientação da Polícia. Para executar o trabalho a dupla
iria até Calçoene e depois de estudar a rotina da prefeita iriam
executa-la. Desde sexta-feira, Maria Lucimar está sob proteção do
Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Investigação
O que intriga é que uma rápida pesquisa na ficha criminal do nome
dado pelo homem que falava ao telefone com a prefeita, constam diversos
homicídios em diferentes lugares do Rio Grande do Norte e a informação
que está foragido há mais de 16 anos, como o individuo afirmou, foi
publicada inclusive no portal de informações G1. A história do
pistoleiro envolve um confronto que teve com polícia no ano passado.
O número de telefone usado e a conta bancária, que o suposto
pistoleiro informou a prefeita, também são do mesmo lugar de origem do
Francisco Alberto Augusto Fonseca. A delegada Carmem Cristina levanta a
suspeita de trotes para golpes ou para assustar a prefeita, mas não
descarta nenhuma hipótese.
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FONTE: JORNAL A GAZETA
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