Deputados reagiram hoje contra a operação “Eclésia” deflagrada pelo
Ministério Público do Estado na manhã de hoje em Macapá. O presidente da
Assembleia Legislativa do Amapá (ALAP),
deputado Moisés Souza (PSC) disse que a ação foi uma represália contra a
atuação do Legislativo, que investiga o próprio MP e mantém em
funcionamento duas Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPI) contra
indícios de fraudes em órgãos do Governo do Estado, com quem o MP
manteria “uma relação histórica de corrupção e subserviência”, segundo
declarou Edinho Duarte (PP).
A operação fez buscas em residências de servidores e em prédios da
AL. Os parlamentares também tiveram suas casas vasculhadas durante a
operação, que contou com apoio de delegados e agentes da Polícia Civil.
“Eles não encontraram absolutamente nada e ainda chegaram a pedir
desculpas para mim e minha família, pelo constrangimento de ver homens
encapuzados acordando até mesmo minha filha de quatro anos”, disse o
parlamentar.
Edinho Duarte também disse que atribui a ação do Ministério Público
como uma reação ao fato da Assembleia Legislativa ter levantado que
foram movimentados mais de R$ 130 milhões em obras sugeridas através de
Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) mediados pelo MP entre
mineradoras com atuação no Amapá, sendo que boa parte dos serviços foram
executados pela empresa Etecon Engenharia, de propriedade de Glauco
Cei, marido da procuradora-geral do MP, que à época era a titular da
Promotoria do Meio Ambiente.
Moisés Souza declarou também estranhar que o MP tenha entrado com
pedido de busca e apreensão de documentos na Justiça, pois até então
tudo o que os promotores do caso solicitaram a Assembleia forneceu. “O
que aconteceu foi o contrário. Desde agosto do ano passado nós estamos
em incursões buscando documentos junto ao Ministério Público que não
entregou nada e vínhamos noticiando a eles que caso não fossem entregues
os documentos iríamos buscar por força legal”, declarou Souza, que
também denunciou a falta de aprovação das contas do MP desde 2006.
Ele disse que essas ações da AL contra o MP sempre foram feitas com
muita cautela, afinal, disse ele, porque são questões que podem ou não
comprovar o cometimento de crimes. “E não com toda essa pirotecnia vista
hoje nas ruas de Macapá para que eles pegassem aquilo que nós já
havíamos fornecido”, criticou Moisés Souza. Ele se disse absolutamente
tranqüilo com relação a investigações do MP. “Nós temos plena
consciência de que estamos no caminho certo, pois publicamos nossas
despesas na internet e perseguimos o ideal de fazer desta Assembleia
Legislativa a melhor da história”, concluiu Souza. (Assessoria)
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